A Companhia das Abóboras dedica-se à produção de compotas e doces de fabrico artesanal. Em pouco mais de quinze anos a empresa evoluiu de uma pequena unidade de produção de doce de abóbora para produzir hoje mais de 165 referências diferentes com 25 variedades de fruta. “O melhor doce de abóbora do Mundo” é a marca que a empresa registou e com a qual pretende ser identificada.
Como surge a Companhia das Abóboras?
A Companhia das Abóboras surgiu em 1999, fruto da necessidade que havia do mercado. Somos a empresa pioneira no fabrico de doce de abóbora em toda a região da Beira Interior. Na altura fazia-se o doce de abóbora em casa, fazia-se o requeijão com doce de abóbora, mas não havia quem comercializasse, legalmente, o doce de abóbora. Surgiu mesmo dessa necessidade do mercado, detetada por mim e pelo meu irmão. Na altura, eu tinha um estabelecimento comercial e toda a gente me questionava se não tinha doce de abóbora para vender. A partir daí surgiu a ideia de criarmos a empresa e dedicarmo-nos ao fabrico, inicialmente, só ao fabrico de doce de abóbora. Depois apareceram outros doces.
E o que é que a vossa gama contempla, atualmente?
Nós, neste momento, temos 165 referências diferentes para 24 ou 25 variedades de fruta, ou de composição de fruta. Temos doce de abóbora, doce de abóbora com noz, doce de abóbora com amêndoa, com pinhões.
Somos, atualmente, a empresa que fabrica o maior número de variedades de abóbora: abóbora simples, com noz, com amêndoa, com pinhões, com coco, laranja, avelã e amendoim. Portanto, temos 8 doces de abóbora diferentes.
Além disso, registámos a marca, é uma marca de Gouveia, que é “O melhor doce de abóbora do Mundo”. Nós registámos e vamos aproveitar em termos de marketing e não só.
Para além disto, temos a marmelada, temos o doce de ginja. Temos um produto novo que está ter grande aceitação no mercado, que é a geleia de marmelo, exatamente como se fazia no tempo dos nossos avós.
Temos tanta coisa: mirtilos, frutos silvestres, todo o tipo de frutos vermelhos, que hoje em dia estão na moda. E, depois, temos outro tipo de coisas que trabalhamos para cabazes, como as embalagens com três unidades de doce, que fabricamos para cabazes, para pequenas ofertas. Depois temos, ainda para a restauração um frasco de 4,800kg e as uni-doses, de 30 gramas.
(…) Damos oportunidade às pessoas de ver que, realmente, estão a comer frutas, e não a comer pectinas nem gelificantes. É fruta e açúcar (…)
E, relativamente à matéria-prima e método de fabrico é artesanal?
A matéria-prima é quase toda daqui, salvo raras exceções. Há algum produto ou outro que não há aqui e temos que ir buscar a outros locais, mas é quase tudo daqui, num raio de 60 ou 70 quilómetros.
A ginja será talvez o produto que vamos buscar mais longe, mas o resto dos produtos são todos aqui da região.
O método de fabrico das nossas compotas é o método artesanal. É feito só à base de fruta e açúcar, exclusivamente. Cheio à mão, rotulado, tudo. Não há uma única máquina na fábrica. Tirando a marmelada, que é selada com uma película para não ganhar bolores, o resto é tudo selado à mão.
Pode-se dizer, então, que é um produto gourmet e que vocês também distribuem grandes quantidades para restauração?
Nós trabalhamos, essencialmente, no comércio tradicional. Trabalhamos com um grande supermercado e, sobretudo, nas lojas de comércio tradicional. Neste momento, não trabalhamos com grandes superfícies, trabalhamos, essencialmente, nas mercearias e charcutarias antigas de todo o país, principalmente do Porto e de Lisboa.
Para a restauração e hotelaria, temos os frascos de 1Kg e 4,800 kg, e as uni-doses de 30 gramas.
Em termos de mercado nacional estão em vários locais gourmet. E em termos de exportação?
Em termos de exportação, vendemos para os Estados Unidos, principalmente, e depois temos alguma coisa para Angola. Também vendemos alguns produtos para a Europa.
Este tipo de compotas, não existe em muitos países… Há muita concorrência?
Sim, temos alguma concorrência. Infelizmente ou felizmente, porque a concorrência também nos ajuda a crescer e a aperfeiçoar. E o facto de sermos os primeiros, na região da Beira Interior, a produzir compotas, não é por si só garantia de qualidade. Também vamos acompanhando o mercado e vamos melhorando.
Mas concordo que, havendo contactos e, essencialmente, uma coisa que nós temos, a qualidade, é um produto fácil de colocar. Mas dessa forma: com a qualidade.
Posso dizer que, até hoje, nunca nos foi solicitado preço. Entramos sempre pela qualidade e fidelizamos, sempre, pela qualidade nunca por preço.
Se tiverem oportunidade de provar, por exemplo, a nossa geleia de marmelo é exatamente igual a como se faz em casa, exatamente igual. Nós, no aproveitamento dos frutos, trabalhamos com os frutos inteiros. No caso dos frutos vermelhos, por exemplo, nós trabalhamos com os mirtilos inteiros, não trituramos, nem nada. Trabalhamos com fruta de qualidade. Temos a ginjas, as cerejas. Trabalhamos com as frutas inteiras, sem caroço. Damos oportunidade às pessoas de ver que, realmente, estão a comer frutas, e não a comer pectinas nem gelificantes. É fruta e açúcar.
(…) O método de fabrico das nossas compotas é o método artesanal. É feito só à base de fruta e açúcar, exclusivamente. Cheio à mão, rotulado, tudo (…)
Vão lançar agora um novo produto, certo?
Sim, vamos lançar agora um novo produto, que é o mel. Acabámos de ser autorizados pela Direção Geral de Veterinária a proceder ao embalamento de mel. Nós compramos o mel aos produtores, devidamente analisado, e embalamos para colocar no mercado. Nacional e não só, porque estamos também autorizados a fazer exportação.