Um mercado alimentar dedicado aos produtos portugueses e aos produtores, onde vão trabalhar 100 pessoas e o “ingrediente será o protagonista”, vai surgir, no final do primeiro semestre de 2021, no Hub Criativo do Beato, em Lisboa.
Na sessão de apresentação, hoje, num dos dois edifícios que vão receber o novo mercado sustentável, a fundadora do projeto “A Praça”, Cláudia Almeida e Silva, explicou que a iniciativa nasce no sentido de “juntar dois mundos”: o de poder degustar e o de poder comprar.
O mercado, salientou, será “um espaço informal de convívio para provar, comer, comprar e aprender ao mesmo tempo”.
O projeto, que representa um investimento de três milhões de euros, vai abranger dois edifícios do Hub Criativo do Beato com uma área de 1.700 metros quadrados: uma antiga fábrica de carnes e um refeitório do pessoal civil da Manutenção Militar.
De acordo com Cláudia Almeida e Silva, “A Praça” vai ter um refeitório, um talho de carnes autóctones portuguesas, uma peixaria com grelha, um mercado de produtos frescos, um espaço vegetariano, uma adega, um espaço dedicado ao azeite, uma padaria e pastelaria de produção local, uma queijaria e charcutaria artesanal, e uma mercaria biológica a granel.
“Nós não queremos estar aqui fechados. [Queremos] que isto seja um polo de atração para os lisboetas se deslocarem à zona mais oriental de Lisboa”, referiu, realçando que a grande missão é “trazer um conceito diferenciador e inovador”.
Segundo a fundadora do projeto “A Praça”, o Hub Criativo do Beato vai receber o primeiro mercado de produtos alimentares produzidos em Portugal que assenta na produção sustentável, orgânica e tradicional.
Cláudia Almeida e Silva acrescentou que o espaço terá ainda um fórum, que funcionará como “um ponto de encontro” entre os produtores e o público, e uma escola dedicada à aprendizagem e partilha de conhecimentos de temas relacionados com a alimentação, sendo “um tributo ao ingrediente e à cozinha portuguesa”.
Por seu turno, o diretor-executivo da Startup Lisboa considerou que o projeto vencedor do concurso lançado em 2018 para exploração da área de comércio e serviços do Hub Criativo do Beato servirá para “revitalizar” a zona mais oriental da cidade.
“O júri que selecionou o projeto de ‘A Praça’, quando trabalhou o caderno de encargos por termos de avaliação, soube essencialmente valorizar a dimensão de que teríamos aqui alguma coisa de novo, alguma coisa neste domínio que a cidade ainda não tem, a cidade que ainda não conheça e, sobretudo, que trate do Hub Criativo do Beato”, salientou Miguel Fontes.
Segundo o também responsável pelo projeto do Hub Criativo do Beato, a incubadora Startup Lisboa sempre teve a intenção de “selecionar uma proposta inovadora, diferenciada e capaz de servir os diferentes espaços que coabitarão” no espaço, na freguesia do Beato.
Por sua vez, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa com a tutela da Inovação, Miguel Gaspar, referiu que “A Praça” vai ser “um novo epicentro para a cidade” e uma “janela para Portugal”, no setor da produção nacional.
“O Beato está em profunda transformação, Marvila está em profunda transformação, é das zonas mais vibrantes de Lisboa. O Hub Criativo do Beato é um pilar estratégico”, indicou.
Segundo Miguel Gaspar, o projeto de Cláudia Almeida e Silva surge numa altura de “um novo normal”.
“As pessoas estão motivadas e sabem que os próximos meses são meses de transformação, de captação da sociedade, e que estão disponíveis para investir nestes projetos, a cidade de Lisboa só pode estar grata”, concluiu.