Foi em 1980 que o jovem irreverente Francisco Arvana adquiriu uma rudimentar unidade de âmbito familiar com cerca de 150 m², a qual comercializava os seus produtos num minúsculo estabelecimento no mercado de Estremoz. Assim nasceu a Salsicharia Estremocense, Lda.
Esta pequena unidade localizada na Rua de S. Pedro, bem no interior da cidade de Estremoz, com apenas três trabalhadores, pouco a pouco foi sendo incapaz de satisfazer o crescente número de clientes devido à alta qualidade dos produtos apresentados.
Há sete anos, em 2012, a SEL integra o ranking das 40 principais empresas, mais competitivas e dinâmicas do sector alimentar (derivados de carne) e entre as 1000 maiores empresas em Portugal, a nível geral.
Hoje emprega 130 pessoas e transforma uma média de 45 toneladas de carne de porco por semana.
Na nossa visita estivemos à conversa com Francisco Arvana, e Hugo Calhordas diretor de exportação que juntamente com Mário Arvana fazem parte da direcção de uma empresa familiar, cada vez mais virada para os competitivos mercados internacionais
MP- Desde 1980 na industria da transformação da carne de suíno e fabricando o tradicional fumeiro português. Uma empresa em força e em crescimento?
Hugo Calhordas – É essa a realidade e o que pretendemos!
Francisco Arvana- Muito graças ao pessoal colaborador que me ajudou a crescer nesta indústria
Hugo Calhordas- Somos 130 colaboradores que no dia a dia damos o nosso melhor e que nos coloca como a maior empresa privada do concelho de Estremoz e que queremos crescer ainda mais e temos capacidade para tal
MP- Certamente que este crescimento de vendas se deve á aposta no produto do fumeiro tradicional português?
FA- Isso aí sem dúvida. Quando criei a empresa foi na altura do “boom“ da salsicharia industrial e da grande mudança da indústria alimentar, no entanto a aposta nos sabores tradicionais alentejanos foi uma aposta
HC- E é isso que nos faz crescer no mercado e eu costumo dar o exemplo, nos anos em que Portugal passou pela grande crise, em 2016, não nos desvirtuamos da linha que o Sr. Francisco já trazia, embora entendamos que seja o caminho mais difícil, num altura em que todos procuravam ter “produtos preço” e não foi aquilo que procuramos, apesar de ter capacidade e linha para o fazer, e com isso cimentamos a nossa posição. Costumo dizer, como se diz no Alentejo “ conseguimos saltar o barranco” mas foi um “barranco” muito grande e trouxemos a empresa para um patamar agora com o novo projecto ( que tem cerca de cinco anos) dois de produção e produção- os dos presuntos, que é marca VARANEGRA. Ou seja durante o período da crise, fomos pro um caminho difícil. A realidade é que o presento no nosso país não têm, a expressão que tem noutros países, mas veio dar-nos uma lufada de ar fresco a nível comercial de tal forma que a nossa humilde e ponderada primeira produção, teve um sucesso tal, que tivemos um quebra de stok e uma qualidade de produto final invejável. Temos parceiros que criam os procos e estão há muito anos connosco e trazem-nos o produto que queremos. Só trabalhamos “animais de campo” e não de criação intensiva- criado ao ar livre, alimentação a bolota e produtos que a natureza dá e cereal e isso dá-nos um produto final completamente distinto, em que o animal é abatido entre 18 e 24 meses.
MP- Com o aumento das instalações e já com o mercado regional Alentejano liderado pelo produto SEL, partiram para uma afirmação a nível nacional e internacional. Falamos dos mercados internacionais e o que representa para a gama de produtos da SEL?
Francisco Arvana- A SEL em Portugal faz o mercado do Ribatejo até ao Algarve, direto e estando em tudo o que é superfície comercial, e o Hugo Calhordas vai falar do mercado da exportação…
Hugo Calhordas- O nosso projecto de exportação começou de uma forma organizada, há três anos e vamos entrar assim no nosso 4º ano. Eu diria que a nossa exportação começou no SISAB PORTUGAL. Hoje o nosso departamento de exportação em que estou eu e o Mário Arvana. Começou-se a ir ao estrangeiro, alargar horizontes, visitar os clientes. Ganhámos mercado aqui na Europa e presentemente na Europa posso dizer que estamos em Inglaterra, França, Bélica, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Itália, Roménia. Começamos pelo “mercado da saudade” e temos o mercado da saudade europeu a na mão e entre 2019 e 2021 entrar na “grande distribuição” e estar dentro da cadeia de alguns grandes supermercados, em cadeias com 400 a 600 lojas, não mais, dado sermos uma empresa familiar, temos capacidade, mas também temos que ter noção da nossa dimensão. Nestes três anos conseguimos ganhar mercados como – Angola, Moçambique e Guiné Bissau e na China estamos directamente a trabalhar com Macau e a exportação representa na nossa casa 10% e como dizemos com tendência a crescer e é por isso que que apostamos no SISAB PORTUGAL e vamos e estar na próxima edição em Fevereiro deste ano, onde espoarmos a visita de todos os que queiram ser nossos parceiros na vasta gama de produtos do fumeiro que produzimos pois temos produto para todos os segmentos de clientes em território com as nossas 3 marcas (topo da torre; SEL e Varanegra Gourmet)
Temos o processo de certificação IFS Food , uma norma reconhecida pela Global Food Safety Initiative (GFSI), aplicável a todos os produtores de alimentos, que dá a garantia da segurança e qualidade inerentes à marca. Esta certificação envolve auditorias ao sistema de qualidade, bem como à segurança alimentar dos processos e produtos.
O lema é continuar a ter – Produtos sem aditivos e baixo teor de sal, mantendo todo o Sabor do Saber Alentejano.
ANTÓNIO FREITAS
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