A Maxiprimus é uma empresa inovadora no mercado alimentar e de sobremesas de 5ª gama. Idealizada por dois irmãos e um primo em 2001, esta empresa desde cedo tem surpreendido os mercados pela qualidade e valor reconhecidos dos seus produtos. Através do respeito pelas normas mais exigentes do mercado a ‘Maxiprimus’ tem conseguido alargar as suas fronteiras e implantar os seus produtos nas mais diversas e exigentes geografias. O ‘Mundo Português’ conversou com Jorge Leitão e foi conhecer esta empresa.
Como é que surgiu a ‘Maxiprimus’?
A ‘Maxiprimus’ surgiu há 17 anos a partir de uma ideia de dois irmãos e um primo, uma das pessoas estava já ligada ao ramo agroalimentar, e decidimos formar esta empresa. Primeiro começámos por ser distribuidores e importadores, representávamos marcas internacionais, depois começámos nós próprios a criar e a desenvolver os nossos produtos, mais na área das sobremesas, mas também dos pré-cozinhados e ovoprodutos. Fizemos parcerias com unidades fabris em Portugal onde eles são produzidos e toda a parte comercial e a distribuição é feita por nós. Sempre produtos alimentares congelados.
(…) Atuamos mais na área das sobremesas, os dois produtos-rainha desenvolvidos por nós são o Petit Gâteau de chocolate o Bolo de Caco e as Bases de Crepes. Temos também uma linha de sobremesas de quinta gama, não estamos no ramo dos bolos tradicionais de quilo, só temos sobremesas unidose, entre os 80g e os 100g (…)
Que tipo de produtos comercializam?
Atuamos mais na área das sobremesas, os dois produtos-rainha desenvolvidos por nós são o Petit Gâteau de chocolate o Bolo de Caco e as Bases de Crepes. Temos também uma linha de sobremesas de quinta gama, não estamos no ramo dos bolos tradicionais de quilo, só temos sobremesas unidose, entre os 80g e os 100g. Depois temos uma linha de pré-cozinhados, e ovoprodutos entre outras soluções que desenvolvemos especificamente para o catering aéreo e mantemos alguns produtos importados de França. Entretanto estamos também noutra área de negócio que é o peixe congelado para um cliente específico que nos pediu este produto.
Têm flexibilidade para desenvolver produtos a pedido de clientes?
Sim. Muitas vezes desenvolvemos produtos a pedido dos clientes, são Taylor Made para os nossos clientes. Muitas vezes até ficam só para aquele cliente específico. Temos uma linha de pré-cozinhados, ovoprodutos entre outras soluções que desenvolvemos especificamente para o catering aéreo. Temos flexibilidade para desenvolver produtos que nos são propostos. Há 10 anos lançámos a nossa marca ‘PRIMUS’ que tem vindo a percorrer o seu caminho e trabalhamos muito para grandes superfícies em marca própria.
Os vossos produtos têm sido amplamente premiados?
Com o objetivo de dar uma maior visibilidade á marca e suas soluções e à qualidade dos nossos produtos investimos na participação em prémios. Naqueles em que participámos as nossas soluções tiveram sempre as melhores cotações o que nos deu uma maior visibilidade ao brand PRIMUS associada a uma imagem de qualidade. Atualmente deixámos de participar e estamos numa fase de estudo de outras formas de dar maior visibilidade à empresa. A nossa marca muitas vezes não é conhecida pelos clientes porque muitos dos nossos produtos são comercializados com outras marcas. Estamos muitas vezes com a nossa marca em cadeias de supermercados onde o volume de vendas é menor. Começa a ser conhecida, mas ainda não é aquilo que queremos. Por isso, na altura, investimos nos prémios para dar alguma visibilidade à marca ‘PRIMUS’.
(…) O problema muitas vezes é que os portugueses já chegaram um pouco tarde, já estavam o franceses e os italianos todos instalados e nós chegámos depois. O que nós temos melhor é que através da inovação, muitas vezes do preço e da qualidade dos produtos concorremos com o eixo franco-italiano (…)
Qual é o papel da Inovação na empresa?
A inovação é fundamental porque se nos queremos impor no mercado temos que apresentar algo diferente. Nós quando desenvolvemos um produto, como foi o caso do bolo do caco, um produto artesanal, a inovação foi tentar fazer, e conseguimos fazê-lo, industrialmente e dar-lhe longevidade. No desenvolvimento das nossas soluções nomeadamente nos segmentos de “Pastry & Bakery” fazemos um trabalho de parceria muito triangular, entre prestigiadas empresas do “food-ingredients” onde afinamos a fórmula criada em parceria entre ambas as equipas de desenvolvimento e a consequente implantação no parceiro industrial com perfil para a executar na excelência. Algumas dessas soluções chegam mesmo a ter uma fórmula própria – uma patente – de uso e comercialização exclusiva da Maxiprimus.
(…) Muitas vezes temos que vencer as barreiras. Porque é que eu vou tirar o Petit Gâteau francês que foi desenvolvido e criado em França pelo português. Esta é dúvida colocada por muitos parceiros e que temos que os convencer que temos qualidade, consistência e capacidade de resposta (…)
Maiores validades nos produtos também permitem exportar mais facilmente? Estão em que mercados?
O nosso core business é o canal Horeca. Cerca de 70 por cento daquilo que produzimos destina-se ao canal Horeca e 30 por cento para a grande distribuição. No estrangeiro estamos em Angola, na grande distribuição, em Espanha estamos sobretudo no canal Horeca, na Alemanha estamos numa grande superfície e estamos agora em conversações para exportar para a Coreia do Sul onde teremos uma mistura de grande superfície e canal Horeca.
Qual é a perceção do produto português nesse mercado especificamente?
O problema muitas vezes é que os portugueses já chegaram um pouco tarde, já estavam o franceses e os italianos todos instalados e nós chegámos depois. O que nós temos melhor é que através da inovação, muitas vezes do preço e da qualidade dos produtos concorremos com o eixo franco-italiano. Por exemplo, quando desenvolvemos o Petit Gâteau de chocolate, em Portugal ele era importado de França e nós hoje fornecemos o canal Horeca e as grandes superfícies que importavam este produto e hoje comercializam o nosso. Quando vou a feiras no estrangeiro vejo que temos a qualidade e o preço apelativo, mas muitas vezes temos que vencer as barreiras. Porque é que eu vou tirar o Petit Gâteau francês que foi desenvolvido e criado em França pelo português. Esta é dúvida colocada por muitos parceiros e que temos que os convencer que temos qualidade, consistência e capacidade de resposta.
Mas também comercializam produtos tradicionais portugueses, como o pastel de nata?
Adicionámos o pastel de nata ao nosso portefólio mais para o mercado externo, muitas vezes ajuda a vender os outros produtos, complementa a oferta. Na área das sobremesas estamos sempre a competir com os italianos, os franceses e também com alguns alemães que já estão muito implantados no mercado e muitas vezes é difícil para nós, até porque os nossos parceiros tem-se vindo a atualizar ao nível da certificação.
Em Portugal ainda não há a necessidade de uma certificação tipo IFS ou BRC e nós notámos que em Espanha não é muito necessário, mas a partir de França não se consegue entrar no mercado sem ter certificação. Os nossos parceiros, fruto do trabalho que temos desenvolvido, estão a tratar dessa certificação. Um deles já a obteve, outro está em vias de a obter e com esta certificação temos outra garantia. Já nos aconteceu alguns clientes dizerem que quando tivermos a certificação, voltem que depois falamos. Eles provam, gostam, mas para lá de frança há sempre aquele conceito de que se não tem certificação não se arrisca. São mercados mais exigentes. Portugal tem-se vindo a atualizar nesta área e há cada vez mais empresas com certificação IFS e BRC e isto vai dar um impulso maior às nossas exportações.
Seria este o maior entrave?
Havia todo um caminho que tinha que ser feito, não é fácil, por vezes estamos distantes, há dificuldades na comunicação e há o problema de escala. Muitas vezes estamos a falar com empresas que são muito maiores e com uma capacidade de produção bastante grande. Vamos receber uns parceiros Sul-Coreanos que vão visitar a fábrica onde vão ser produzidas as soluções que lhes estamos a oferecer. Eles querem vir cá e ver. Mostramos também locais onde as sobremesas estão a ser vendidas ao público para eles verem. Estamos a falar de um ‘namoro’ que tem quase um ano. São coisas que acontecem com um timing diferente, mas que muitas vezes demora o seu tempo.
Eles queriam que enviássemos amostras dos produtos, mas o problema era como é que elas chegariam à Coreia do Sul. Havia dificuldade em encontrar um transitário que assegurasse o transporte em gelo seco, foi uma confusão. Para enviar num contentor teria que ser um contentor completo a não ser que fizesse grupagem, o que não é fácil dada a especificidade deste produto. Se estivéssemos em Itália ou na Holanda onde há um número maior de empresas a exportar talvez fosse mais fácil. Estas são algumas das dificuldades que por vezes encontramos quando operamos no setor dos congelados. Noutros setores é mais fácil fazer grupagem de contentores.
(…) Em Portugal ainda não há a necessidade de uma certificação tipo IFS ou BRC e nós notámos que em Espanha não é muito necessário, mas a partir de França não se consegue entrar no mercado sem ter certificação. Os nossos parceiros, fruto do trabalho que temos desenvolvido, estão a tratar dessa certificação (…)
Quais são as expectativas para este ano?
Faturámos em 2016 cerca de um milhão e duzentos mil euros e este ano esperamos estar pelos mesmos valores, apesar de inicialmente a expectativa ter sido melhor para este ano, o que não se verificou, o mercado está mais comedido. Estamos na fase das promoções e descontos. Hoje os descontos que nos são pedidos são muito fortes. Temos que nos adaptar ao mercado e com algum esforço, com margens mais reduzidas, tem sido possível.